quinta-feira, 10 de maio de 2012

Srta. Liberdade

Nunca fui bom em escrever sobre ela, acho que eu a temo tanto que esqueço o quanto ela faz parte de mim, e do que eu chamo de felicidade. Mas de qualquer jeito aqui vai uma homenagem a ela, espero que ela goste.

Toda noite boa começa igual. Chamem de clichê se quiserem, mas pelo sentir do vento e pelo brilho da Lua  da para saber exatamente quando a noite vai ser boa. Vejo isso também nos olhos dos meus companheiros, cada um deles sente o mesmo. Alguns gritam e uivam de alegria, outros só sorriem em silencio. Mas todos sabem antes da noite começar que ela vai ser boa. E toda noite boa precisa ser passada ao ar livre.

Lá mora o espirito para qual eu brindo toda a noite, em sua forma turva e tribal ele dança em círculos ao lado de Luna, de mãos dadas até a noite acabar. Nós o vemos, nós o veneramos. Sob sua benção tenho guiado minha vida. Como uma fútil corrida por mais dois minutos na presença dele. Fazendo de tudo para não perder um segundo de sua influencia. Por que todos sabem que tão repentinamente quanto ele aparece quando o Sol se põe e da espaço a uma noite boa, ele se vai com o primeiro raio de Élios.

O vento bate gelado, quase como se hoje ele estivesse mais fluido e mais espalhado. Disseminando com ele o agrado e o proveito na sua forma mais pura. Cada um gosta mais de um tipo de clima, de uma temperatura. Mas nesses dias todos respiram fundo e comentam a mesma coisa: " O clima ta bom hoje, né."

Nesse momento todos sabem o que fazer, cada um com seu ritual para a noite ser aproveitada ao máximo. Uns tomam um banho quente e vestem a roupa mais confortável do armário. Outros tomam um banho frio e se arrumam bem, como se fossem para uma festa importante. Alguns vestem roupas pesadas e abraçam um sentimento mais agressivo. Alguns penduram símbolos de sua fé. Alguns ligam para as pessoas amadas. Mas todos agem com somente o proposito de sair na rua para se sentir bem. Com sigo mesmo, com os outros, com suas decisões, com suas vidas. Apenas curtir, da maneira mais pura e bruta. Beber e cantar, dançar e beijar, correr e brigar. Nessa noite as duvidas somem, tudo fica claro conforme o extasie nos envolve. E todos os malis e as alegrias dos dias passados são resumidos na presença de tal sensação.

Poderia passar horas descrevendo cada pequena alteração que esse extasie causa em mim. Cada pensamento, cada sensação. Ele limpa todas as minhas incertezas e me liberta de cada pesar. Ele me veste das minhas maiores vontades. Somente descrever as sensações seria fútil, acredito que todos já as conhecem. Faço esse texto para descreve também os meus rituais preferidos.

Primeiro, eu bebo. Quando eu sinto que a noite é boa eu bebo até que eu desprenda meu corpo de cada pensamento que não envolve o ali e o agora. E antes sempre de beber eu brindo:
                  Aos meus amigos, minha matilha, por que sem eles nada disso teria o mesmo gosto, a mesma magia. Nenhuma noite seria boa sem eles ao meu lado para compartilhar da mesma sensação, e eu sou coberto da certeza que somente nós conhecemos ela tão bem. E nenhum dia teria sentido sem eles para dividir.
                 Ao Todo e Poderoso deus que jaz em meu copo, por que não existem argumentos para discutir o fato de que sem ele, nenhum de nós saberia tanto de si mesmo nem dos outros a nossa volta, se ele não existisse para aliviar as amarras de nossas mentes e deixar nossas vontades fluírem.

                E por ultimo eu faço uma brincadeira, eu digo as seguintes palavras em inglês: "All the way down, and all the way up again." Essas palavras são a minha inspiração para esse texto e eu decidi que terminarei essa descrição que poderia durar horas, falando apenas delas.
               
                Ninguém até agora pouco tinha me perguntado o significado dessas palavras, sendo assim nunca tive que dissertar sobre o que de fato elas significavam. Essa palavras significavam a principio a ideia de beber. A ideia bebermos nosso caminho até o inferno e depois beber nosso caminho até o céu de novo.
               Posteriormente vi que essas palavras simbolizam mais que isso, elas simbolizam uma sensação, uma sensação que me domina numa boa noite, a sensação de beber, ou brigar, ou gritar, ou dançar, ou transar nosso caminho até o inferno, até estarmos cobertos de exaustão física e mental, até nossos corpos pedirem arrego mas nossas cabeças gritarem vontades. E desse ponto fazer o mesmo todo o caminho até o céu, o paraíso, o orgasmo, a satisfação. Todas essas sensações que preenchem o nosso peito no final de uma noite que foi, sobre todos os seus pontos de vista uma boa noite.
               Essas palavras simbolizam um brinde a liberdade. A Liberdade que me guia para a rua, para minhas vontades, para minha felicidade. A liberdade de fazer o que eu quero até o exagero, até a satisfação. Sem peso, sem remorso, sem preocupação, pelo menos por uma noite. Por uma noite a Liberdade aparece em seu vestido prata e dança ao redor da Lua e sob a luz dela todos se libertam e se deixam levar para essas noites que acontecem tão pouco, mas que de imortalizam na minha memoria, cada uma delas.

               E no dia seguinte você acorda na cama com suas companheiras mais próximas "a recordação", "a satisfação", as vezes "a vergonha" e a sempre presente "a vontade" de mais uma noite boa.

               A e é claro, a imensa e irritante "ressaca".... Que sempre da seu jeito de aparecer no pós festa....