terça-feira, 7 de junho de 2011

Mais uma historia sobre magia... pt.8

Escutamos um estrondo vindo do primeiro andar. Logo depois uma voz.
- Bosta!
Eu fui o primeiro a me teletransportar e ver de perto quem era nossa visitante. Logo depois chegou Liza literalmente cuspindo fogo.
- PARA AMOR! - Gritei - É a Bia.
Liza parou antes que o fogo nos alcançasse.
- Bia! Que saudade. O que te traz aqui? - Falei a abraçando.
- Ontem alguém invadiu minha casa, não sei quem foi mas eu imaginei que talvez vocês tivessem envolvidos. Somente um bom mago conseguiria.
- Bia! Tudo bom? - Falou Gabriel com um sorriso interessado.
- Bia, você ainda está praticando a magia das sensações? - perguntou Renato
- Claro. Estou ficando honestamente muito boa.
- Acha que você pode usar para interrogar alguém? - Falou Gabriel adiantando o pensamento do Renato.
- Acho que sim, mas do que que vocês estão falando? Quem invadiu meu apartamento a propósito? O que é que ta rolando aqui?
Eliza explicou tudo para ela, enquanto eu e Ju saímos para armar a vigia e Gabriel e Renato preparavam o interrogado.
- Será que vai dar certo? - Perguntou Ju aflita. - Eu quero logo saber quem são eles e o que é que eles querem.
- Relaxa, acho que vai dar tudo certo. Renato não costuma ter más idéias.
- É. Essa parte é sua né.
Rimos um pouco até que o silencio tomasse controle. Tentávamos sempre parecer calmos, mas dessa vez era visível a preocupação em nossos rostos. Talvez o que estivesse rolando fosse um pouco mais serio nós pensávamos. Apesar dos leves machucados ninguém se feriu. O que nos dava a ilusão de que tudo estava bem. Mas e se não estivesse?
Nós nunca havíamos visto magos tão fortes e tão diferentes.
- Está tudo pronto! - Gritou Eliza de dentro do Caern.
Ju Chamou seu gato para ficar de vigia enquanto o interrogatório acontecia.


O porão estava pronto. Arrumado para parecer uma sala inofensiva. O interrogado estava no sofá, inconsciente. Tudo parecia extremamente tranqüilo e aconchegante.
Bia estava arrumada com um avental e estava com uma aparência inofensiva e agradável.
- Só vou poder manter a mente dele sem memoria de hoje por uma hora. Acha que consegue? - Perguntou Renato se sentando.
- Farei meu máximo.
- Vamos começar.
Todos se sentaram junto com Renato atrais de uma tela, quase como um vidro policial. Nós podíamos vê-lo mas ele não poderia nos ver.

Quando a Bia entrou no quarto ela estava com um olhar diferente. Todo o ambiente do quarto mudou.
- Eu fiz biscoitos! Falou rindo enquanto acordava o interrogado.
O homem acordou completamente desnorteado.
- O que é que está acontecendo. Quem...
- Relaxa. - Falou a bia passando a mão por ele. - Você está em casa. E você tem biscoitos caseiros para comer.

- A energia dela é incrível.- Falou Gabriel em nossas mentes.
Antes que ele dissesse todos nós ja tínhamos sentido. No segundo que ela falou: "relaxa", uma enorme sensação de tranquilidade invadiu nossos corpos e o cheiro de biscoitos tomou nossas mentes.
- Uau! - Falou Renato
- É. E a energia está concentrada nele. Nós devemos estar recebendo só o que sobra, e minha boca já está cheia de água. Esse cara ta frito. - Completou Gabriel

- Come um biscoito aqui que eu to acabando de preparar a costela, enquanto isso só relaxa ai e assiste um pouco de televisão.
O homem reclinou para trais e como se nunca houvesse questionado o que estava acontecendo começou a comer os biscoitos enquanto assistia televisão. A satisfação em seus olhos era tanta que ele parecia uma criança.
Quando a Bia voltou ela carregava um tabuleiro de costela de porco no molho e uma cerveja que só poderia ser descrita como perfeita.
O homem comia insanamente enquanto a Bia falava. No segundo em que a costela acabou o homem não parecia nem um pouco cheio. Como se a vontade de comer tivesse apenas aumentado.
- Quer sobremesa meu amor? - Perguntou a Bia enquanto recolhia o tabuleiro.
O homem só havia tomado meia garrafa de cerveja e já estava completamente embriagado.
- Claro! - Falou com uma cara de quem faria qualquer coisa por aquela sobremesa.
Quando a Bia voltou ela estava carregando um prato com o que eu descreveria como o mais bonito "petit gateau" que eu já tinha visto. Coberto com uma imensa bola de sorvete e banhado em calda de chocolate.
O homem tremia apenas em ver a sobremesa. Sua boca salivava, suas mãos transpiravam.
- Você quer?
- Claro!
- Faria qualquer coisa por isso?
- Claro!
Todos nós também estávamos salivando.
- Existe algo mais que você queira tanto nesse mundo?
- Não.
- Nem mesmo o que você veio aqui procurar?
O homem demorou para responder. Foi quando a onda de energia da Bia junto com o cheiro sobrenatural daquele "petit gateau" se intensificou que a resposta veio.
- Nem mesmo isso.
- Então se o quer que você veio procurar não é tão importante você não se importaria em me contar exatamente o que é.
- Não posso.
- Bom, acho melhor jogar a sobremesa fora então.
- Não!
- Decida-se
O homem suava, seu corpo tremia desesperadamente. Ele não conseguia tirar os olhos da sobremesa por um segundo. Foi ai que o aspecto "interrogatório" se tornou claro.
- Ok. Eu falo. É apenas uma pedra.
- O que é tão importante nessa pedra?
- Não sei!
- Poxa, mas você esta tão perto. Falou deixando um pouco de calda cair no sofá.
O homem lambeu desesperadamente o sofá e depois voltou a falar.
- Ta bom! A pedra não faz nada sozinha. Mas na mão de um mago ela pode ser usada para um novo tipo de magia.
- Que tipo de magia? - Falou tirando um pedaço da sobremesa com a colher e indo com ela lentamente em direção ao homem.
- Não sei. Hugo é quem os deseja tanto. Dizem que essas pedras são fragmentos do Espírito de Gaia, que está se quebrando. Estão surgindo por todo o mundo pedras como essa. E como são tão poderosas muitos magos estão nessa busca.
- Você foi um bom garoto. Agora, aonde seus amigos estão escondidos?
- De baixo do museu! POR FAVOR EU TE IMPLORO ME DEIXA COMER!
-Ok.
Ela soltou o prato na mesa e o homem enfiou o rosto nele logo em seguida. Usando suas mãos para comer. Logo depois ele apagou.
- Uau. - Repetiu Renato.
- Acho que eu to apaixonado. - Falou Gabriel.
- Sobro um pouquinho de sobremesa? - Perguntou Eliza com água na boca enquanto íamos amarrar o homem de novo.

O resto da noite foi de álcool e pesquisa. Mais álcool do que pesquisa, afinal estávamos festejando duas vitórias consecutivas. A sorte estava finalmente do nosso lado e a lua estava começando a ficar cheia.

Mais uma historia sobre magia... pt.7

Todos esperava-mos ansiosamente que Renato aparecesse.
- Merda, odeio esperar. - Falei enquanto sentava no meio fio. - E por que diabos ele não da noticia nenhuma na "rede"?
- Você conhece o Renato cara, ele fica todo irritadinho tendo que dar satisfação para alguem. - Falou Eliza enquanto brincava com uma bola de fogo violeta. - Se ele tivesse encrencado ele teria gritado. Eu só consigo é pensar no que vou fazer com aquela pirralha quando ela aparecer aqui.
Gabriel que estava de vigia foi o primeiro a pressentir. - Ele ta chegando.
Num flash coberto de eletricidade Renato apareceu com um sorriso arrogante na cara.
- Aonde você tava porra? - Gritou Gabriel.
- A TA! Da proxima vez você é a isca então! Não fode! Querem saber ou não? - Falou limpando o sangue da boca.
- Diz logo. O que que houve? - Ju perguntou ansiosa.
- Vem comigo pro porão eu tenho uma surpresa.

O ar ficou denso de uma vez.
Eu sempre me surpreendo como magias, como teleporte, feitas em grupo ficam muito mais fáceis de se executar. Em um instante todos estavam no porão. Observando o homem em roupa de kung fu se contorcendo. Tentando com todas as forças sair do incrível numero de feitiços, símbolos e cordas que o prendiam.
- Que porra é essa? Cadê a menina? - Falou Eliza tentando esconder sua decepção.
- Não apareceu.
- Que merda. - Falou Eliza deixando bem claro sua decepção.
- Ei! Nem olha para mim. A culpa não é minha se ela só apareceu para encher o seu saco. Eu arrasei.
- Pode crer. - Disse Gabriel.
- Mas já adianto logo: ele não vai falar a base de só tortura. Meio que já tentei. Acho que ele não senti mais dor. Algum feitiço, que por acaso eu preciso descobrir.
Não havia muito a ser dito. Todos olhávamos fixamente para o inimigo enquanto tentávamos descobrir o que fazer.
Não demorou muito dessa vez até a sorte nos jogar uma corda.